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Avanços na Inteligência Artificial: Intel prepara CPUs com IA melhorada e OpenAI reforça segurança contra espionagem

Intel planeia atualizar processadores com capacidades Copilot Plus

A Intel está a preparar uma atualização da sua linha de processadores de secretária Arrow Lake que poderá trazer as funcionalidades de inteligência artificial Copilot Plus para computadores desktop. Segundo o portal The Verge, esta nova versão contará com uma Unidade de Processamento Neural (NPU) mais avançada, designada “NPU 4”, capaz de atingir os 40 triliões de operações por segundo (TOPS) exigidos pela Microsoft para executar funcionalidades de IA diretamente nos dispositivos.

Atualmente, as funcionalidades Copilot Plus estão limitadas a portáteis e sistemas tudo-em-um equipados com processadores móveis. A eventual chegada destas capacidades aos PCs de secretária representa um passo significativo na democratização da IA local. No entanto, a atualização não deverá trazer melhorias ao nível dos núcleos de CPU ou GPU, o que poderá desiludir os utilizadores focados em desempenho gráfico e jogos.

Linux Foundation introduz novo padrão para comunicação entre agentes de IA

Numa tentativa de resolver o problema da interoperabilidade entre agentes autónomos de inteligência artificial, a Linux Foundation anunciou a adoção do novo protocolo Agent-to-Agent (A2A). A medida visa criar uma base comum que permita a estes agentes comunicarem e colaborarem de forma eficiente, independentemente da sua origem ou arquitetura.

De acordo com informações publicadas pela ZDNet, este padrão pretende evitar a fragmentação tecnológica do ecossistema de IA, ao mesmo tempo que abre portas para o desenvolvimento de aplicações mais complexas e integradas. Ao estabelecer um quadro de governação partilhado, a fundação promove a inovação e facilita a expansão de sistemas multiagente.

OpenAI reforça medidas de segurança contra espionagem internacional

Face às crescentes ameaças de espionagem por entidades estrangeiras, a OpenAI está a implementar medidas rigorosas para proteger os seus modelos de IA e investigação proprietária. Conforme reportado pelo Financial Times, a empresa introduziu controlos biométricos — como a digitalização de impressões digitais — para acesso a dados sensíveis, e contratou especialistas com experiência militar para reforçar a sua defesa interna.

As novas diretrizes de segurança incluem políticas de “isolamento de informação”, limitando o acesso dos colaboradores a algoritmos confidenciais e a projetos em desenvolvimento. Um exemplo citado refere-se ao modelo “o1”, cujo desenvolvimento foi mantido em sigilo absoluto, com apenas membros autorizados informados sobre o projeto e restrições quanto às discussões em espaços partilhados.

Além disso, a OpenAI optou por isolar as suas tecnologias mais sensíveis em computadores offline, aplicou restrições de acesso físico com autenticação biométrica nas instalações e impôs uma política de acesso à internet “negado por defeito”, onde qualquer ligação externa requer aprovação explícita.

Medidas refletem preocupações externas e internas

As mudanças refletem uma crescente preocupação com a possibilidade de entidades estrangeiras tentarem roubar propriedade intelectual da empresa. A aceleração destas medidas de segurança terá ocorrido após o lançamento, por parte da startup chinesa DeepSeek, de um modelo concorrente que, segundo a OpenAI, poderá ter sido desenvolvido com recurso a técnicas de “destilação” de modelos da própria empresa.

No entanto, estas ações também surgem num contexto de instabilidade interna no setor, com disputas por talentos entre empresas norte-americanas de IA e fugas de informação envolvendo declarações do CEO Sam Altman. Assim, as medidas podem também visar a mitigação de riscos internos, para além da proteção contra ameaças externas.

Com a atualização dos processadores da Intel e as medidas de padronização da Linux Foundation, somadas ao endurecimento da segurança da OpenAI, o setor da inteligência artificial entra numa nova fase onde performance, interoperabilidade e proteção de dados passam a ser prioridades centrais.